Publicado em 23/11/2017

      Francinei é o fósforo na fogueira das vaidades


      Resta saber se alguém vai se queimar ou se o poder de abafamento do governo ainda é tão forte quanto a gente pensa.
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      Não entendam mal o título do post. Eu não tenho nada contra o vereador Francinei Bonatto – digo "nada" que não restrinja-se a uma ou outra diferença de visões. Mas ele é a peça no meio do tabuleiro e, segundo os entendidos de sempre, o governo está concentrando todo o jogo em torno dele.

       

      Manter vereadores fiéis ao governo é fácil, é uma relação de simples dependência. Cargos por apoio. Já fazer com que os próprios aliados entendam-se entre si, não é. E isso pode atrapalhar um pouquinho a ascensão do Francinei Bonatto à presidência da Casa.

       

      Ou melhor: atrapalhar quaisquer planos que o Bonatto (o tio) tenha, ninguém atrapalha. Ele tem governo e Câmara na mão. O problema é que alguém pode se machucar nessa brincadeira. E pode ser alguém que o governo não queira ver machucado.

       

      O grande problema de um governo ter um favorito evidente para a presidência da Casa é que, se ele impuser sua vontade na base do "rolo compressor", pode ferir o ego de aliados importantes. E se ele amolece demais a mão, pode perder o controle do processo. Atualmente, André Pacheco manobra como quer, como quem dirige um carro com direção hidráulica. Tudo o que ele tem a temer é, justamente, que o mecanismo se desestabilize.

       

      Então, se Francinei tem que ser presidente em algum momento – e por que não no ano eleitoral de 2018? – o governo está diante de um cenário bem arriscado. Uma bancada de novatos, jovens e de ego inflado (como já mostraram em alguns episódios) é sempre uma bomba. Se vai explodir ou não, depende da habilidade no manuseio e de alguma sorte.

       

      Falo apenas dos governistas, disputando entre si, porque a oposição, no quadro atual, é mera coadjuvante. Ela sozinha não elege presidente, não tem poder de barganha, não forma maioria. Só que é ela que poderá, marotamente, aproveitar-se da fogueira das vaidades para dar aquela queimadinha na unidade do governo.



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      Fábio Burch Salvador

      Jornalista, escritor, colunista do Jornal Sexta desde a primeira edição em 2010. Desenvolvedor do site do Jornal Sexta.

      Autor de diversos livros, cujos links podem ser encontrados em seu site profissional.

      Produz também videos sobre desenvolvimento pessoal, tutoriais de "faça você mesmo" e conhecimentos gerais em seu canal no Youtube.


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